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Diary Entries in Brazilian Portuguese

Recent diary entries

Importação de dados de Brusque / SC

Contatei o Setor de Geoprocessamento da Prefeitura de Brusque, solicitando a gentileza de fornecer dados das edificações e números de porta, da cidade, para melhorar as informações no OSM.

Fui atendido pela Camila da Silva, Coordenadora do GeoBrusque.

Ela consultou o seu Diretor e ambos autorizaram e forneceram arquivos digitais (shp):

  • Limite bairros
  • Edificações (geometrias)
  • Números de porta

Iniciei os trabalhos, ajustando manualmente cada ponto de cada um dos bairros, conforme o arquivo oficial enviado.

Posteriormente, será feita a importação e conflação com os dados existentes no OSM.

Esta etapa de importação será detalhada numa página wiki, que estará sendo criada e reportada aqui.

Também serão disponibilizados os links com os arquivos.

Esta publicação é para dar publicidade à excelente contribuição da Prefeitura de Brusque / SC, em colaborar com o OSM.

Também, demonstrar que existem órgãos públicos de qualidade nesse país, que participam dos projetos que trazem ganhos para a população.

Parabéns pela atitude do Município de Brusque e registro aqui, nossos agradecimentos em nome da Comunidade Openstreetmap Brasil.

Treinamento teve foco na representação de feições com dados do Censo Demográfico 2022 (Brasil) e da cartografia social realizada no estado

IVIDES.org promoveu uma oficina híbrida sobre mapeamento colaborativo com OpenStreetMap e criação de mapa Web com uMap, para turma de estudantes de geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e o público em geral.

Na oficina, foram mapeados dados de estabelecimentos educacionais*, de três cidades cearenses - Paracuru, Caucaia e São Gonçalo do Amarante e de cartografia social**, com demonstração da criação de mapa Web com uMap, contendo camadas estáticas e dinâmicas, e com personalização de ícones.

No programa do treinamento, foram abordados: conceitos importantes de mapeamento colaborativo; modelo de dados, editores e aplicativos para dispositivos móveis, download e upload de dados do OSM; e três plugins para QGIS, importantes na criação de mapas estáticos. Além disso, foi mostrado rapidamente como utilizar o editor iD e consultar as etiquetas na Wiki OSM Map Features e no próprio editor.


Os arquivos da oficina e um roteiro para prática estão disponíveis em português, na pasta virtual. O vídeo gravado da sessão pode ser encontrado no canal IVIDES no YouTube

sessao UFC 1

sessao UFC 2

mapa Pici

Fortaleza, Ceará, Brasil.

Fontes dos dados da oficina:

* Censo Demográfico do Brasil (2022)

** Projeto de pesquisa de doutorado de Regina Balbino, integrante do Laboratório de Geoprocessamento e Cartografia Social (LABOCART-UFC) e candidata a doutora pelo PPGEO-UFC.

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Location: Centro, Fortaleza, Região Geográfica Imediata de Fortaleza, Região Geográfica Intermediária de Fortaleza, Ceará, Região Nordeste, Brasil

Mapeamento colaborativo com OpenStreetMap será realizado para avaliar aspectos relacionados à sustentabilidade de região estratégica para o país


convite

Este é um projeto promovido pelo Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável – IVIDES.org® e integrado à plataforma de iniciativas para alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mantida pelas Nações Unidas.

A iniciativa, denominada Sustainable Brazilian Ocean and Coasts Initiative - Scientific community, OceanAction43529, conta com a participação da população e utiliza apenas software livre.


INSCREVA-SE AQUI para participar do piloto de mapeamento.

A pesquisa objetiva disponibilizar uma plataforma colaborativa para mapeamento de aspectos positivos e negativos das zonas costeira e marinha do Brasil, utilizando a base cartográfica digital OpenStreetMap.

Na primeira fase da pesquisa, em 2023, foi realizada uma consulta pública, a respeito de dois conjuntos de ícones para mapeamento, sobre a sua capacidade de comunicar o aspecto a ser representado.

Na segunda fase, 2024, está programada a realização de um mapeamento piloto, para teste da plataforma. Para tanto, foi disponibilizado um formulário eletrônico, desenvolvido com Enketo KoboToolbox, para inscrição dos(as) interessados(as), até 15 de julho de 2024, 23:59 (UTC).


INSCREVA-SE AQUI para participar do piloto de mapeamento.

Entre as feições a serem mapeadas, estão, por exemplo: (i) positivamente: posto de reciclagem, área marinha protegida (ou outras unidades de conservação), ponto para disposição adequada de lixo, posto de salva-mar, posto de informações para o turista etc; (ii) negativamente, os locais de ocorrência de derrame de petróleo (ou outros resíduos perigosos), de pesca ilegal, de despejo de esgoto in natura no ambiente, de extração ilegal de areia (ou outros minerais) etc.

A Dra. Raquel Dezidério Souto (IVIDES.org e UFRJ), coordenadora da pesquisa e responsável pelo desenvolvimento do sistema, salienta que a iniciativa tem por objetivo, avaliar a aplicabilidade do mapeamento colaborativo aberto, na inferência sobre o estado das zonas costeira e marinha, contando com VGI (volunteered geographic information).

O desenvolvimento de metodologia para ajudar a promover a sustentabilidade desta importante região é uma das etapas finais do estágio pós-doutoral, que a pesquisadora realiza há cinco anos, junto ao Programa de Pós-graduação em Geografia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGG-UFRJ).

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Este é o quarto entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esse diário diz repeito a ida para a sede da EScola Pernambucana de Circo, no Alto do Burity, Recife/PE http://u.osmfr.org/m/757844/ .

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue abaixo o diário de campo na íntegra, apenas com alterações de nomes pessoais, com o intuito de resguardar a identidade das interlocutoras:

A principal motivação para ter ido ao Alto do Burity, no bairro da Macaxeira, foi a de entrevistar um representante da Escola Pernambucana de Circo, um ponto de cultura com alta incidência nas ações sociais nos morros da zona norte do Recife. A escola fica em uma avenida transversal à Avenida Norte, a Avenida José Américo de Almeida, onde há de um lado, o mesmo da Escola Pernambucana de Circo diversos comércios, como mercadinhos, pet shops, quitandas, lava jato e no lado oposto alguns prédios “caixão” que formam os conjuntos residenciais: Aquarela, Matias Cardoso de Almeida, Apipucos e Cidade Recife. A avenida segue ladeirada subindo para a parte efetivamente alta do Burity e segue até o limite com o Córrego da Areia.

alt=Fachada da Escola Pernambucana de Circo

Enquanto o meu interlocutor, o coordenador pedagógico da Escola, não chegava, o esperei num grande salão central na sede do ponto de cultura, equipado com equipamentos para impulsionar saltos, testar equilíbrio em fios e tecidos e um grupo de oito pessoas ensaiava, fazendo exercícios físicos inerentes as atividades citadas. Depois, durante a entrevista, ele me falou que aquele grupo é uma trupe, a Trupe Circus, que é o grupo que se apresenta em nome da Escola na sede e em outros locais também, formado por ex-alunos dos cursos promovidos por lá. Eles ensaiam diariamente pela manhã, enquanto à tarde, o espaço é ocupado pelos alunos iniciantes, formado por crianças e adolescentes que aprendem as primeiras habilidades para atuar nas artes circenses.

alt=Foto do salao de treino onde tambem sao realizados os espetaculos

Fui recebido no escritório, na parte superior do prédio. Chegando lá, meu locutor passou cerca de 45 minutos conversando sobre a conjuntura política do país. Depois desse tempo, enfim, começamos a entrevista, ainda com respostas muito longas por parte dele, de maneira que precisamos remarcar pra continuar a entrevista em outro momento, pois o mesmo tinha um compromisso cujo horário se aproximava. Pedi então para fazer algumas fotos e vi que lá da sala em que estávamos há uma vista privilegiada dos morros, ao pedir autorização pra ele pra fazer uma foto, ele me indicou o topo do prédio, que é acessado por uma escada e de fato propicia uma visão deslumbrante dos morros que ficam na confluência entre os bairros da Macaxeira e Nova Descoberta.

alt=Vista da escada no topo da sede da escola pernambucana de circo 1

Depois ele me mostrou as outras instalações do espaço que são compostas de salas para armazenamento de material (pernas de pau, bolas de equilíbrio, acessórios de palhaço, bambolê, instrumentos, material de cenário, etc). No salão ainda é possível identificar uma arquibancada que, segundo o meu interlocutor é reforçado por cadeiras ao redor do salão, podendo receber até 150 pessoas e chama a atenção o teto, com várias estruturas para se equilibrar. Ao final, ficamos de marcar outro momento para completarmos a entrevista e segui rumo a Avenida Norte para tomar o caminho de volta.

alt=Aparelho para treinar equilibrio na corda

alt=bamboles - bicicletas de uma roda soh - pinos para acrobacias 2

alt=Bolas de equilibrio circense

alt=Equipamentos da parte alta

alt=Sapastos de palhaco no deposito

alt=Tecido para treinar equilibrio no alto de vermelho

alt=Arquibancadas para acomodar o publico com pula pula profissional ao fundo

Oficina sobre mapeamento colaborativo com OpenStreetMap foi realizada para turma de estudantes da UCM


O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org promoveu uma oficina sobre mapeamento colaborativo com OpenStreetMap (OSM) para uma turma de jovens estudantes, do curso de Mestrado em Sistemas de Informações Geográficas, da Universidade Católica de Moçambique.

Na oficina, foram abordados: conceitos importantes de mapeamento colaborativo, modelo de dados, editores e aplicativos para dispositivos móveis, download e upload de dados; e demonstração de uso do editor iD e dos plugins do QGIS (OSMDownloader, QuickOSM e QuickMapServices).

Os arquivos da oficina e um roteiro para pŕatica estão disponíveis em português, na pasta virtual.

sessao para UCM

geolocalizacao UCM

https://www.openstreetmap.org/node/9735481224

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IVIDES.org promoveu oficina para ensinar a mapear feições ecologicamente importantes


O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org promoveu uma oficina sobre mapeamento de árvores e cobertura vegetal utilizando o OpenStreetMap, a maior base cartográfica colaborativa da atualidade.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9e/Renderiza%C3%A7%C3%A3o_da_vegeta%C3%A7%C3%A3o_no_OSM.png

Na oficina, foram mostradas as etiquetas utilizadas para mapear árvores e cobertura vegetal no OpenStreetMap, além de destacar as iniciativas especiais, como o Environmental OSM.(OSM Ambiental), o mapeamento de árvores de Paul Dassori (OSM Latam) ou o esquema de conjunto de etiquetas proposto por Pedro Tharg (OSM Brasil).


Na página das oficinas temáticas, encontram-se todos os recursos e o vídeo está disponível no canal IVIDES no YouTube.

Também foi mostrado como mapear nos editores iD e JOSM, além da apresentação do plugin FastDraw, que permite o desenho à mão livre no JOSM.

Editor iD

Editor JOSM

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Este é o terceiro entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esse diário diz repeito a ida para a sede do Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife, no Alto José do Pinho, Recife/PE http://u.osmfr.org/m/749769/ .

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue abaixo o diário de campo na íntegra, apenas com alterações de nomes pessoais, com o intuito de resguardar a identidade das interlocutoras:

No dia 19/04/2022 fui para a sede do Maracatu Estrela Brilhante no Alto José do Pinho, entrevistar Dona Mariana, presidente da agremiação. Meu interesse em entrevistá-la era por lá ser um ponto de cultura (então procurar saber sobre quais as benesses e limitações de participar do programa cultura viva), também para saber como a entidade se articula com outras do mesmo bairro e buscar pistas sobre uma certa concentração de alunos da turma de Recondicionamento de Computadores na Rua Avenca, que é uma rua transversal à Rua onde fica a sede do Estrela Brilhante que é a Rua Tuína.

Eu já tinha ido ao Alto José do Pinho algumas vezes, tendo como destino o Centro Dom João Costa. Assim, a parte que eu tinha explorado do bairro, eram as duas principais vias de acesso a partir da Avenida Norte (Rua Monte Horebe – sentido Mangabeira; e Valeriano Lobo – sentido Córrego do Bartolomeu) e as Rua Maragogi e Severino Bernardino Pereira, que são duas das ruas que concentram mais comércios, escolas, o terminal de ônibus, dividindo o espaço com as moradias. É uma área de ruas mais largas no bairro, ainda que com curvas sinuosas e diversos becos em suas transversais.

Contudo, para o setor do bairro onde fica a sede do Maracatu Estrela Brilhante, eu nunca tinha ido. Desci no terminal da linha Alto José do Pinho/Cais de Santa Rita e fui seguindo pela Severino Bernardino Pereira, no sentido oposto ao do Centro Dom João Costa, quebrei num beco que dava na Rua Avenca, segui pela Rua Avenca até o ponto de entrada na Rua Tuína, onde passa uma escadaria que vai levar à Rua do Rio, no limite com os bairros da Mangabeira e Bomba do Hemetério. Esta parte do bairro já possui ruas mais estreitas, onde predominam residências, com construções irregulares, algumas casas feitas em cima das outras, outras com reboco exposto, marcando uma área em que a vulnerabilidade social é mais acentuada.

Mais acentuada também é a presença do tráfico de drogas neste setor. Quando cheguei na esquina entre as ruas Avenca e Tuína, havia um movimento o qual eu suspeitei que fosse de tráfico de drogas, depois confirmado durante a entrevista com Dona Mariana. Contudo, como eram as pessoas que estavam bem na entrada da rua do Estrela Brilhante, os perguntei sobre onde ficava a sede do maracatu e eles me indicaram de pronto.

Ao chegar na sede, havia um movimento na entrada, como se fossem pessoas em algum tipo de reunião ou curso algo do tipo. Depois, ao indagar Dona Mariana sobre a atividade, ela me falou que era um curso de arte em cerâmica.

alt=Oficina de arte em cerâmica na sede do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Material oficina de arte em ceramica na sede do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Escudo e tambores na sede do Maracatu Estrela Brilhante

Como o barulho das pessoas fazendo o curso poderia atrapalhar a captação do áudio da entrevista, Dona Mariana me chamou para uma parte atrás da casa, onde pudéssemos ter privacidade e silêncio para a entrevista. Ela já havia me dito que também mora na casa. Esta parte em que ficamos, era uma espécie de barracão do maracatu: havia máquina de costura, adereços, cartazes, tambores, entre outros tipos de material necessários a agremiação. Desta parte da casa há uma vista bastante interessante, em que prevalece a vista do Alto do Pascoal.

alt=Alto do Pascoal da perspectiva do Alto Jose do Pinho no terraco da sede do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Adereços do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Cartaz Yle Axe Oyaonira na sede do Maracatu Estrela Brilhante

Fizemos a entrevista, a qual eu não vou entrar em maiores detalhes porque ela foi transcrita na íntegra, mas sobre as minhas expectativas iniciais, digo que em termos de articulação com outras entidades do bairro, ela falou que não havia, talvez fruto de um certo isolamento no bairro, mais distante dos setores onde ficam as sedes do Centro Dom João Costa e da Escola de Samba Unidos do Escailabe, por exemplo, apesar da minha entrevistada do Centro Dom João Costa ter dito que tinha boa relação com o Estrela Brilhante, na ocasião, a pessoa não relatou como se dava essa boa relação. Pelo fato do Dom João Costa ser administrado pela igreja católica e o maracatu ser uma agremiação que cultua as religiões de matriz africana, pode ser que essa dita boa relação, seja no âmbito de haver tolerância religiosa, o que aliás, Dona Mariana citou como ponto positivo da sede ser no Alto José do Pinho, pois falou que, no bairro, a entidade, apesar de cercada por igrejas evangélicas é respeitada no seu culto, ao contrário de terreiros sediados em outros bairros, que ela citou, que chegaram a serem atacados por organizações evangélicas.

Também percebi certa confusão em identificar programas e repasses de verba de entes federais e estaduais na narrativa dela, sobretudo, sobre o programa Cultura Viva. Sobre a violência no bairro, Dona Mariana foi mais enfática do que outros entrevistados do Alto José do Pinho, relatando problemas com o tráfico de drogas, inclusive com membros e ex-membros do Estrela Brilhante, novamente atribuo essa visão ao contexto mais próximo ao tráfico no qual está inserida a sede do maracatu.

alt=Tambores de compensado e de macaíba do Maracatu Estrela Brilhante 2

Sobre a concentração de alunos do curso de Recondicionamento de Computadores advirem da Rua Avenca não consegui muitas pistas. Aliás, nem com o Estrela Brilhante, nem com o Centro Dom João Costa (que recrutou os alunos) e nem com o Professor das turmas. O que ficou marcado pra mim ao ir nessas imediações foi a já citada agudização do contexto de vulnerabilidade social e da presença do tráfico de drogas.

Ao final da entrevista seguimos por um corredor, entre o barracão lá atrás e a sala de entrada, onde se localiza uma espécie de terraço, novamente com uma vista muito interessante, onde se vê mais próximo parte da Mangabeira, mais adiante a Bomba do Hemetério e mais distante, os bairros do Arruda e Água Fria, com o estádio de futebol do Santa Cruz Futebol Clube, se destacando na paisagem. Quando me despedi de Dona Mariana as pessoas continuavam no curso de arte com cerâmica. Segui pelo mesmo caminho de volta e desci pela Rua Valeriano Lobo até a Avenida Norte.

alt=Vista da sede do Maracatu Estrela Brilhante Mangabeira - Bomba do Hemeterio - Agua Vria - Arruda

Location: Mangabeira, Recife, Região Geográfica Imediata do Recife, Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Região Nordeste, Brasil

Este é o segundo entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esse diário fala sobre duas datas, pois no dia 22/03/2022 fui fazer uma entrevista e acabei gravando da entrada do Córrego do Jenipapo até o local da entrevista http://u.osmfr.org/m/735905/.

A ideia inicial seria andar pelo entorno, mas estava chovendo muito, além do meu interlocutor estar coordenando uma campanha de vacinação no dia. Assim, retornei no dia 07/04/2022 para circular pelo entorno do Córrego do Jenipapo e fazer registros fotográficos http://u.osmfr.org/m/744616/

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue abaixo o diário de campo na íntegra, apenas com alterações de nomes pessoais, com o intuito de resguardar a identidade das interlocutoras:

Marquei com João (nome fictício) no dia 22/03/2022, ele foi aluno do curso de Recondicionamento de Computadores realizado no CRC/Marista em 2018 e também do curso de Produção Cultural Multimídia e Gestão em Produção Cultural Comunitária, oferecido pelo Instituto Intercidadania também durante o ano de 2018, no mesmo espaço em que ficava o Polo de Formação e Reuso de Eletroeltrônicos, nas dependências do Marista, na Avenida da Recuperação em Apipucos. Marcamos na sede do Conselho de Moradores do Córrego do Jenipapo. Foi um dia em que choveu muito na Região Metropolitana do Recife, especialmente no bairro da Macaxeira onde está localizado o Córrego do Jenipapo. Inclusive por pouco não desmarcamos a entrevista, pois no início do dia dois ônibus colidiram na entrada do Terminal Integrado da Macaxeira, o que casou muitos transtornos, com parte da operação tendo que ser realizada na parte de fora, nos arredores do terminal e gerando um trânsito que congestionou a Avenida Norte desde o bairro da Macaxeira até o bairro do Vasco da Gama. Contudo, mesmo sob forte chuva cheguei ao local da entrevista.

Chegando lá, estava havendo aplicação de vacinas contra a Covid-19 na sede do Conselho de Moradores, de maneira que a entrevista foi efetuada em meio aos isopores com as vacinas, as pessoas que estavam aplicando e as pessoas que estavam indo se vacinar. Mesmo com uma quantidade elevada de ruído, não houve comprometimento do áudio da entrevista. Contudo, eu também tinha o objetivo de realizar o registro fotográfico dos arredores, o que definitivamente, ficou inviável em decorrência das fortes chuvas. Com isso, combinamos que eu iria outro dia para fazer o registro fotográfico.

alt=track do percurso realizado neste campo

No dia 07/04/2022 fui, em um dia já ensolarado, ao encontro de João para fazer os registros fotográficos. A rua onde fica a sede do Conselho de Moradores é ladeirada, de maneira que ela desemboca no largo do Maracanã, local onde foi feita a foto acima, do dia 22/03/2022 quando choveu. Este largo é um centro comercial do Córrego do Jenipapo, abrigando mercadinhos, quitandas, bares, escolas, casas de frios, entre outros tipos de comércio e é também onde fica o terminal da linha Largo do Maracanã, que segue de lá para o centro do Recife.

Pegamos a escadaria subindo pelo Córrego do Maracanã até chegar ao Alto do Formoso onde eu buscaria então fazer os registro com as perspectivas: à oeste da Mata de Dois Irmãos e vias de circulação (Avenida da Recuperação, BR 101 Norte), equipamentos públicos (Upinha Dr. Hélio Ramos, Terminal Integrado da Macaxeira) e de espaços de sociabilidade (campo de futebol de várzea do Barreirão); à Sul o emaranhado de prédios na paisagem começando pelos de Casa Amarela e seguindo até os da zona Sul do Recife; à leste a visão dos morros da Zona Norte. Este foi o mote do registro cujas fotos seguem ao final do texto.

A sede do Conselho de Moradores também abriga uma geladeira-biblioteca, que fica na calçada da sede, o que permite o acesso dos moradores a biblioteca, mesmo quando a sede do Conselho está fechada. Na volta, paramos um pouco na sede, para descansar da subida e descida da escadaria e beber uma água, onde aproveitei para subir as fotos no Nextcloud (plataforma descentralizada de armazenamento de dados em nuvem).

Ali ficamos conversando sobre um curso chamado de Habilidades Sociais, que é ministrado aos sábados pela vice-presidente do Conselho de Moradores, pois observei um cavalete com o título do curso e alguns conteúdos a serem ministrados nele. Perguntei a João do que tratava o curso e ele disse que era um curso sobre como elaborar currículos, se portar e entrevistas de emprego e fazer encaminhamentos para vagas de trabalho. Edson explicou que a motivação para o curso era a de que os jovens, mesmo sabendo utilizar as tecnologias, muitas vezes não tinham a habilidade de elaborar um curriculum ou enviar e-mails formais pra entrevistas, nem se vestir adequadamente para os processos seletivos. Uma turma de 30 jovens assiste à aulas deste curso nos sábados lá na sede do Conselho de Moradores.

Depois João, cuja os pais eram agricultores do município de Buenos Aires na Mata Norte de Pernambuco, falou das expectativas que ele tinha quando jovem, a vir conhecer a tão falada “Capital��. Ouvia falar que era um lugar mais desenvolvido e que tinha de tudo e que um dia ele conheceria a Capital. Foi quando ele disse que a mãe veio primeiro pra Região Metropolitana do Recife, apoiada por familiares, e que depois ele veio para ficar em definitivo.

João também organiza algumas excursões para Toritama, no agreste pernambucano, um dos municípios que compõem o Polo de Confecções do Estado. Estas excursões da região metropolitana do Recife para municípios como Toritama, Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe é muito comum, onde algumas pessoas compram vestuário para a sua própria necessidade e outras compram para revenda, especialmente nos meses que antecedem dezembro (por conta do uso e revenda dos vestuários para as festas de final de ano: natal, réveillon e demais confraternizações feitas nos finais de ano). Perguntei se ele tinha organizado as excursões no final de 2021, já que ainda haviam restrições a circulação de pessoas no Estado de Pernambuco, por conta da pandemia da Covid 19. Ele disse que sim, conseguiu realizar, pois mesmo com as restrições havia condições de realizar as excursões. Falou também que estava organizando para outros municípios e que estava tentando articular um para Triunfo, no sertão do Pajeú, no mês de julho.

Depois dessa breve conversa desci rumo ao Largo do Maracanã, com o objetivo de tomar o ônibus de linha homônima para o centro do Recife, mas chegando ao terminal, havia um ônibus parado e então perguntei ao motorista se estava saindo. Ele respondeu que não, que iria demorar. Então me dirigi à Avenida da Recuperação (pista local da BR 101 Norte, entre os bairros da Macaxeira e Apipucos), há cerca de 200 metros dali e peguei a linha Guabiraba/Córrego do Jenipapo, rumo ao centro do Recife.

alt=Ladeira do Alto do Formoso sentido Alto do Cruzeiro

alt=Geladeira biblioteca no Conselho de Moradores do Corrego do Jenipapo

alt=Geladeira biblioteca no Conselho de Moradores do Corrego do Jenipapo Aberta

alt=Perspectiva do Alto do Formoso avistando os morros mais perto com o Corrego da Areia mais proximo e os predios do Recife ao fundo 2

Location: Córrego do Jenipapo, Recife, Região Geográfica Imediata do Recife, Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Região Nordeste, Brasil

Este é o primeiro entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esses tracks eu coloquei no uMap, esse é o link do track deste diário de campo http://u.osmfr.org/m/1079569/. Embora quase sempre o OSM Tracker seja bastante preciso, nesse caso ele traçou uma linha bastante estranha, que não condiz com o percurso percorrido. Contudo, ele reproduziu as andanças no entorno da Rua Camboriú, local onde concentrei a maioria das informações.

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue o relato que escrevi na época, na íntegra:

Marquei com Roberto (nome fictício), aluno do curso de Recondicionamento de Computadores realizado no CRC/Marista em 2012, no terminal dos ônibus do Vasco da Gama, no Alto do Eucalipto. Os bairros que faziam parte de Casa Amarela até 1988 e foram desmembrados, formando os bairros da Mangabeira, Alto José do Pinho, Alto José Bonifácio, Vasco da Gama, Nova Descoberta e Macaxeira, são subdivididos em córregos e altos. No caso do Vasco da Gama, um dos altos que fazem parte dele é o Alto do Eucalipto. Quando cheguei ao local Rodrigo estava acompanhado de mais um ex-aluno do CRC na época dela, que se apresentou como Junior(nome genérico), senti um certo constrangimento em dizer exatamente seu nome, por isso não perguntei, pois não tinha tanta relevância para a entrevista. Com isso entrevistei os dois, além de ter tido conversas informais com ambos, tanto no caminho para o lugar que eles escolheram pra eu entrevistá-los quanto na volta quando eles gentilmente me acompanharam de volta ao terminal para que eu tomasse o ônibus de volta pra casa.

De inicio devo colocar que o Alto do Eucalipto não é um local estranho para mim, já tinha ido outras vezes lá quando trabalhei na produção do curta metragem Sementes do Eucalipto https://www.youtube.com/watch?v=jIR7WlBFE38&t=227s , entre 2016 e 2017, também voltei ao local depois que o filme ficou pronto para a exibição na comunidade em 2018. Entretanto, eu sempre ia de carro com os outros rapazes que trabalharam no filme e entrávamos no bairro, vindos da Avenida Norte, direto pelo centro comercial do Vasco da Gama quando em seguida subíamos direto para o Alto do Eucalipto. Para esta entrevista fui de ônibus o que me permitiu ter uma visão completa do bairro do Vasco da Gama, passando por seus vários altos e córregos e tendo, em muitos dos pontos, uma vista muito interessante dos morros da zona norte, os da RPA 3 e alguns da RPA 2, em alguns pontos da pra avistar Olinda e em outros a paisagem de prédios que compõem os bairros localizados na planície da zona norte e oeste.

alt=Alto da Foice na perspectiva do Alto do Eucalipto

Quando marquei a entrevista com Rodrigo, pedi pra que ele me levasse a algum espaço público no bairro, onde pudéssemos gravar a entrevista com pouca interferência de barulhos. Falei em espaço público para não dar a entender que gostaria de ser recebido em sua casa, o que poderia incomodar a ele e aos outros residentes na casa. Eles escolheram um espaço cimentado no pé de uma escadaria onde havia a marcação de uma espécie de campo ou quadra, onde eles disseram que seria uma praça, chegando a ser inaugurada pelo prefeito e vereadores do bairro. Mas, além do espaço havia a marcação, aparentemente feita pelos moradores e luzes de led, o que Júnior e Roberto apontaram como única benfeitoria na suposta praça. Apontaram também que os moradores reivindicam uma área de proteção, pois as bolas caem nas casas dos vizinhos ou no barranco o qual a praça fica rente.

alt=Marcacao de quadra onde seria uma praca agora usada para a pratica do futtenis

No caminho fomos conversando informalmente, sobre as outras vezes em que estive no Alto do Eucalipto e sobre o amigo que nos colocou em contato. Este amigo em comum trabalhou como técnico em inclusão digital no CRC/Marista no momento em que Junior e Roberto foram alunos. Lá nos sentamos e começamos a entrevista. Tem uma barreira ao pé da área cimentada e um grande Alto em frente, que os entrevistados me disseram ser o Alto da Foice, que também faz parte do Vasco da Gama. Em certa altura da entrevista falamos sobre o Compaz Alto Santa Terezinha e eles o apontaram na paisagem, um prédio escuro destacado dos tons de marrom que prevalece, pela prevalência das telhas.

Enquanto fazíamos a entrevista, uma criança passeava com um passarinho na gaiola ouvia-se o vento correndo, o som de pássaros e motor de moto roncando longe. Num dado momento chegaram dois rapazes que aparentavam cerca de 16 anos de idade e começaram a enrolar um fumo em folha de seda. Os dois cumprimentaram meus interlocutores, depois perguntaram se tínhamos isqueiro. Diante da resposta negativa se retiraram do local. Fizemos a entrevista aí em clima de tranquilidade, quase isolados do bairro, de maneira que foi possível gravar o áudio limpo, tranquilamente.

Depois de cerca de uma hora nos retiramos em direção ao terminal de ônibus. Os rapazes que entrevistei cumprimentaram alguns transeuntes, como já estava perto das 17 horas, já havia movimentação de pessoas indo buscar as crianças na escola. Fomos no caminho conversando sobre os problemas do bairro, falta de oportunidades, falta de cursos profissionalizantes. Passamos por uma barbearia e Roberto comentou que é um serviço que tem apelo na comunidade, que seria bastante útil um curso ensinando essas habilidades se fosse realizado lá. Falou também que cursos na área de tecnologia também seriam muito importantes na área. Rodrigo e Júnior me apontaram uma barreira que deslizou entre 2009 e 2010, eles não souberam precisar o ano, em que Júnior quase se acidentou, mas escapou. Perguntei se houve mortes nesse deslizamento ele disse que não, mas que houveram muitos danos materiais nas casas.

No caminho, encontramos uma lixeira feita com carcaças de máquinas de lavar, o que mostra o potencial de criatividade em criar objetos com materiais que seriam descartados da população do bairro. Durante a entrevista Roberto havia mencionado a ausência de coleta seletiva e o fato dos moradores acumularem muita areia e entulhos no bairro, apesar da coleta de lixo passar diariamente. Ele destacou que a coleta não dava conta, porque rapidamente as pessoas sujavam.

alt=Lixeira feita com aproveitamento de carcassas de maquinas de lavar

Nesta caminhada Júnior falou que já tinha feito parte dos escoteiros. Roberto apontou a Unidade de Saúde da Família do bairro, dizendo que ela estava em vias de ser retirada do bairro e que a clinica geral que atende lá faz menos atendimentos que o necessário, que ela é famosa por atender menos e não dar conta da demanda por consultas da comunidade. Dias antes havia chovido no Estado de Pernambuco e eles falaram que após a chuva apareciam muitas tanajuras no Alto do Eucalipto. Tanajura é uma espécie de formiga com asas que tem, na sua parte traseira, bastante gordura. As pessoas costumam fritá-las com manteiga ou margarina e comerem misturada com farinha. A caça por elas se torna um evento, sobretudo para as crianças, que ficam tentando pegá-las com camisas. Júnior e Roberto falaram que até a pizzaria aproveitou as tanajuras e fez uma pizza inclusive mais cara. A pizza que normalmente custa entre 35 e 45 reais dependendo do sabor, estava sendo vendida por 58 reais quando acrescida da tanajura.

Por fim, eles ressaltaram que é um bairro tranquilo “comparado com outros altos”, essa é uma sensação que os moradores locais também já haviam me retratado quando estive lá para produzir o curta metragem. Eles não disseram quais altos seriam os opostos ao Alto do Eucalipto no quesito violência, mas durante a entrevista citaram o Alto Santa Terezinha e Alto do Pascoal como bastante violentos. Perguntaram se eu tinha ido lá e que eu tivesse bastante cuidado se fosse. Por fim, o caminho de volta no ônibus passando pelo mesmo percurso da vinda com movimento e paisagens de final de tarde no subúrbio do Recife.

Location: Vasco da Gama, Recife, Região Geográfica Imediata do Recife, Região Metropolitana do Recife, Região Geográfica Intermediária do Recife, Pernambuco, Região Nordeste, Brasil

Tutorial sobre mapeamento de waterways com plugin FastDraw

Oficina sobre mapeamento de feições importantes para a redução de riscos de desastres (RRD) no OpenStreetMap

Desastre no Rio Grande do Sul (Brasil) - uMap para apoiar as ações de enfrentamento

Oficina sobre mapeamento de waterways no OpenStreetMap

Oficina sobre criação de web map com uMap e dados do OpenStreetMap

Palestra sobre criação de web map com uMap e dados do OpenStreetMap

Oficina sobre importação de pontos de interesse (POI) no OpenStreetMap

Mini curso para a Defesa Civil (Brasil)

Oficina sobre mapeamento de pontos de interesse (POI) com OpenStreetMap

Special interview about Brazilian NSDI on the first anniversary of YouthMappers UFRJ

Entrevista especial sobre a INDE no aniversário de 1 ano do YouthMappers UFRJ

YouthMappers UFRJ receives the Women’s Participation Award!

YouthMappers UFRJ recebe o Women’s Participation Award!

Our participation in the Open Data Day YouthMappers at UFBA 2024

Nossa participação no Open Data Day 2024 do YouthMappers at UFBA

Web map do mapeamento colaborativo para redução de riscos e desastes (RRD)

Web map of colaborative mapping for the Disaster Risk Reduction (DRR)

Mapear POI no OpenStreetMap e exibir dinamicamente com uMap

Mapping POI in OpenStreetMap and displaying dynamically with uMap

Resultados do GIS DAY 2023!

V Olimpíada Brasileira de Cartografia incluiu o OpenStreetMap como parte de sua etapa prática

V Brazilian Cartographic Olympiad included OpenStreetMap as part of its practical stage

Geocodificação com OpenStreetMap

Mapeamento humanitário e OpenStreetMap

Location: Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, Região Geográfica Imediata do Rio de Janeiro, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Região Geográfica Intermediária do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Região Sudeste, Brasil

Mapeamento de cursos d’água facilitado com o plugin FastDraw para JOSM

Dra. Raquel Dezidério Souto (IVIDES.org e YouthMappers UFRJ)

Este tutorial visa orientar a utilização do plugin FastDraw para Java OpenStreetMap Editor (JOSM), que facilita muito o desenho das feições e possibilita o traçado sinuoso, típico dos cursos d’água.

1- Instalar o JOSM https://josm.openstreetmap.de/

2 - Abrir o JOSM e instalar os plugins FastDraw e OpenData em Editar -> Preferências -> Plugins

3 - Realizar a autenticação na conta do OpenStreetMap (https://osm.org)

4 - Ainda com o JOSM aberto, em Editar -> Preferências, ativar a caixa de verificação “Modo especialista”, realizar a autenticação no OSM (item Servidor OSM) e ativar o Controle remoto. Clicar em Aceitar, para que as mudanças sejam efetuadas.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f2/Fig0_autenticacao_josm.png/800px-Fig0_autenticacao_josm.png?20240530024843

5 - Escolher uma tarefa a ser mapeada em https://tasks.hotosm.org/projects/16706, clicar em mostrar tarefas, clicar em um quadrado branco e em Colaborar. Informar seu nome de usuário e senha do OSM.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a9/Fig1_HOTOSM_TM.png

6 - No JOSM, a tarefa será mostrada com a marcação da área da mesma. Tudo o que está fora da área de mapeamento, aparece com hachuras (listras). Deve mapear apenas dentro da área.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/06/Fig2_area_tarefa_josm.png

7 - Clique em um dos pontos já mapeados (pode ser o ponto de uma linha também). Copie as coordenadas em Editar -> Copiar coordenadas. (caso não tenha qualquer feição mapeada ainda, crie um ponto e copie as coordenadas).

8 - Vá no uMap com os trechos de drenagem da região da bacia hidrográfica Taquari-Antas (RS, Brasil), em https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/desastre-rio-grande-do-sul-floods-2024-brasil_1064045, clique no ícone da lupa e cole as coordenadas para achar a área no mapa:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/32/Fig3_procura_umap.png

9 - Ainda no uMap, diminua o zoom (no ícone “-“ ou com a roda do mouse) e procure a cidade mais próxima, para a qual haja um trecho de drenagem no menu camadas. Para o exemplo que estamos utilizando, encontramos o trecho de drenagem de Sinimbu:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9c/Fig4_encontra_trecho_drenagem.png

10 - Clique no ícone de olho na camada para ativá-la e desmarque TODAS as demais camadas. Clique na seta para mostrar outros ícones (ainda no menu a esquerda) e depois, no ícone de compartilhamento:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Fig5_ativa_trecho_drenagem.png

11 - Realize o download do arquivo da camada do trecho de drenagem, escolhendo o formato .gpx:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f5/Fig7_baixar_gpx.png

12 - Volte ao JOSM (que continua aberto com a tarefa que escolheu no HOT Tasking Manager) e abra o arquivo .gpx, pelo menu Arquivo -> Abrir

13 - Clique com o botão direito na camada do limite da tarefa (Boundary for task…) no painel de camadas e em aproximar para a camada. Isso fará com que o JOSM aproxime para a área de mapeamento da tarefa que escolheu no HOT Tasking Manager, no início do processo. Agora, são três camadas no painel:

  • Camada dos dados OSM

  • Camada do limite da tarefa

  • Camada com o desenho do trecho de drenagem correspondente

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a0/Fig8_menu_camadas.png

14 - Selecione a camada OSM Data no controle de camadas e ative o plugin Fast Draw, clicando no ícone do lápis. Devem ser desenhadas as linhas apenas na área da tarefa. Desenhe com o Fast Draw SOBRE as linhas destacadas em lilás e pressione ENTER duas vezes para que o desenho seja finalizado. A linha assumirá a cor vermelha. Inclua a etiqueta correspondente para o curso d’agua. Pela Wiki OSM, o córrego (waterway=stream) tem a largura suficiente para que alguém salte e chegue na outra margem (~ até 3m) Tendo largura maior que isso, deve ser mapeado como rio (waterway=river). Para indicar a fonte destes dados, inclua uma etiqueta extra: source=SEMA-RS (2019). Para medir a distância, trace um segmento de reta de margem a margem e verifique a distância no rodapé da janela do OSM.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/16/Fig9_icone_fast_draw.png

15 - Para verificar o sentido do fluxo do curso d’água desenhado, inclua a camada do OpenTopoMap, como imagem de fundo, no menu Camada -> OpenTopoMap. Se esta imagem estiver ruim, pode utilizar a camada OpenCycleMap. Se estas camadas não estiverem disponíveis, vá em Camadas -> Preferência das camadas. e ative as mesmas, para que apareçam no menu. Verifique as isolinhas de altitude (curvas de nível), se o curso d’água que desenhou segue da maior altitude para a menor altitude. Se estiver com o fluxo ao contrário, utilize o menu Ferramentas -> Reverter caminho (ou pressione a tecla R). Isso fará com que o fluxo fique na direção correta.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c0/Fig10_opentopomap.png

16 - Quando desenhar os cursos d’água, deve verificar também se as linhas estão conectadas (a), conforme o desenho abaixo. Caso não estejam, sobreponha os pontos finais de ambas as linhas (b) e utilize o menu Ferramentas -> Unir nós (ou pressione a tecla M).

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2a/Fig11_linhas_conectadas.png

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Fig12_linhas_merge.png

17 - Antes de enviar os dados (upload) para o OSM, utilize o validador do JOSM e corrija os erros relacionados aos cursos d’água, como falta de conexão entre os cursos ou direções erradas de fluxo. Por vezes, o validador acusa que o “curso d’água termina sem conexão com outro curso d’água”, mas nem todos os cursos d’água são conectados. Alguns cursos terminam sem conexão a outro ou terminam em um corpo d’água, como lagoa, p.ex. Avalie caso a caso.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/56/Fig13_resultado.png

18 - Após corrigir possíveis erros, realize o upload dos dados para o OSM, clicando no ícone da seta verde. Lembre de incluir os comentários sobre o que fez e indicar a(s) imagem(ens) de fundo que tenha(m) sido utilizada(s) (Bing, Esri, OpenTopoMap, OpenCycleMap etc). Não apague as hashtags que já estão incluídas, mas não comente apenas com hashtags.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/Fig14_upload.png

19 - Após enviar os dados para o OSM, volte ao navegador, onde está aberto o projeto no HOT Tasking Manager e marque como SIM ou NÂO para “Esta tarefa está completamente mapeada?” e em Atualizar tarefa.


Referência do plugin (EN) - JOSM/Plugins/FastDraw


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IVIDES.org promoveu oficina para disseminar a importância dos dados e softwares abertos no contexto humanitário


O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org promoveu uma oficina sobre mapeamento de feições importantes no contexto da redução de riscos de desastres, utilizando o OpenStreetMap, a maior base cartográfica colaborativa da atualidade.

https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/capa_yt_oficina4.png

Na oficina, foram mostrados os conceitos relacionados ao contexto de desastres e mapeamento colaborativo; as principais características, vantagens e limitações do OpenStreetMap e de programas relacionados; uma lista preliminar de etiquetas a serem consideradas; além de dois estudos de caso de desenvolvimento de mapas web com uMap - mapeamento de infraestrutura para RRD em Maricá (RJ, Brasil) e mapeamento para apoiar as ações humaniárias relacionadas ao desastre em curso no Rio Grande do Sul (Brasil).


Na página das oficinas temáticas, encontram-se todos os recursos e a agenda.

O vídeo está disponível no canal IVIDES no YouTube.

https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/raquel.png


https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/umap_estradas_bloqueadas_ftrebien.png

A lista abaixo inclui os produtos em desenvolvimento:

Informações para redução de riscos de desastres (RRD) no município de Maricá – Rio de Janeiro, Brasil - Wordpress + Leaflet + OpenStreetMap - dados validados e acesso restrito à edição dos dados (apenas equipe) - https://ivides.org/infomarica (em andamento)

uMap - Informações para redução de riscos de desastres - dados que já estão no OpenStreetMap e que são recuperados automaticamente e em tempo real (On demand) + algumas poucas camadas estáticas, como a camada de sirenes - https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/infraestrutura-marica_1013950#13/-22.9521/-43.0010 (em desenvolvimento)

Desastre – Rio Grande do Sul Floods 2024- Brasil - página de apresentação do projeto de mapeamento colaborativo em resposta ao desastre em curso - conjuntos de dados disponíveis para download e dois uMaps para suporte informacional (abaixo indicados) - https://ivides.org/desastre-rio-grande-do-sul-brasil-2024 (em andamento);

uMap - Mapa das áreas inundadas (INPE / UFRGS) / Hidrografia (SEMA-RS) / Pontos de Interesse (POIs) - áreas generalizadas de inundação, geradas a partir dos dados inicialmente divulgados no Disaster Charter (INPE/UFRGS, Ativação para o Rio Grande do Sul) + mancha de inundação para Porto Alegre e adjacências (UFRGS) + trechos de drenagem da bacia hidrográfica Taquari-Antas + pontos de disponibilização de água potável + localização de pontes (OSM) - https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/desastre-rio-grande-do-sul-floods-2024-brasil_1064045#9/-29.9526/-52.1631 (em andamento)

uMap - Mapa on demand situacional de bloqueio total de vias / Vias destruídas - dados de vias completamente bloqueadas (não inclui os pontos de bloqueio parcial, pois são eventuais e difíceis de serem monitorados) (OSM) + pontos de projetos de mapeamento colaborativo completados ou em andamento (camada estática) + pontes completamente destruídas (OSM) - https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/situacao-vias-rs_1070918 (em andamento)

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Esse texto é uma sugestão de etiquetagem da vegetação natural brasileira como classificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seu Manual Técnico da Vegetação Brasileira. É uma expansão e atualização do meu diário anterior em que proponho uma forma de mapeamento da Caatinga. O intuito é ser um suporte para quem tiver interesse em mapear áreas vegetadas no OpenStreetMap sem a necessidade de criação de novas tags e utilizando o que já está documentado na Wiki. Já esclareço de início que as tags disponíveis no OSM são muito limitantes para o mapeamento ambiental e, portanto, algumas liberdades foram tomadas. Além disso, o sistema de etiquetagem não pode ser muito complexo porque pode desmotivar o mapeamento por mapeadores iniciantes.

🌴 Sugestão de classificação da vegetação quanto ao porte (altura) 🌴

Para essa proposta, adaptei o que está descrito na Wiki acerca de Vegetação e vejo que quatro valores da tag natural ordenados em grau de porte (altura) seriam úteis. Resumidamente, os valores em ordem decrescente de porte são:

natural=wood > natural=scrub > natural=heath, natural=grassland.

🌳 Etiqueta natural=wood

Nesta sugestão, wood trata-se de uma vegetação “florestal”, densamente “arborizada” com árvores muito altas como presentes em fisionomias da Floresta Amazônica e Mata Atlântica. É o que temos no imaginário popular do que seria uma “floresta” ou “bosque”. Na classificação do IBGE, correspondem às Florestas Ombrófilas, Estacionais, Savanas Florestadas, Savanas Estépicas Florestadas e Restingas Arbóreas. Eu preciso destacar aqui que essa definição varia conforme o Bioma. Então, uma vegetação amazônica marcada com a etiqueta natural=wood não tem o mesmo porte que uma vegetação do Cerrado e Caatinga marcada com a mesma etiqueta. Porém, nestes biomas a vegetação mapeada apresenta um porte característico que mais se aproxima de uma “floresta densamente arborizada”. Algumas imagens a seguir do que poderia ser etiquetado dessa forma segundo essa minha proposta.

Floresta de árvores com copas altas e densas Floresta Ombrófila Densa da Amazônia, Bolívia. Link.

Floresta de árvores araucárias com copas altas Mata de Araucárias no Parna Aparados da Serra (divisa dos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Link.

Visão do alto de uma floresta de árvores muito verdes Parque Estadual Morro do Diabo em Teodoro Sampaio - SP. Link.

Visão de uma floresta densa Cerradão (Savana Florestada) no Parna Serra da Canastra - MG. Link.

🌵 Etiqueta natural=scrub

Seguindo na classificação, temos a tag natural=scrub que é descrita na Wiki como “matagal”. É uma etiqueta cheia de controvérsias e aqui eu proponho que seja utilizada para a vegetação que tem o porte menor do que uma “floresta”. Neste sentido, há o predomínio de arbustos e árvores medianas que não alcançam os 20-30 metros frequentes nas Florestas Ombrófilas, por exemplo. Além disso, as copas das árvores não são tão densas. Inclusive, um dos critérios descritos na Wiki (aqui) para diferenciar natural=wood de natural=scrub é que a vegetação de scrub não fica sob uma copa de árvores que impede que arbustos e árvores menores recebam luz solar. É a vegetação mais frequentemente encontrada na Caatinga, Cerrado e Pantanal. Abaixo alguns exemplos:

Matagal com árvores baixas, esparsas e arbustos Campinarana Arbustiva em Mâncio Lima, Acre. Link.

Matagal com árvores baixas, esparsas e muitos arbustos secos Savana-estépica Arborizada (período seco) na ESEC Seridó, Rio Grande do Norte. Link.

Matagal com árvores baixas, esparsas e muitos arbustos secos Restinga Arbustiva na Ilha do Cardoso, São Paulo. Link.

🌿 Etiquetas natural=heath e natural=grassland

As duas últimas etiquetas representam o menor porte da vegetação, ou seja, herbáceas, gramíneas e outras plantas que não chegam a formar um dossel mediano como um matagal.

heath trata-se de um valor bastante confuso. A Wiki define natural=heath como um “urzal” ou “charneca”. Um local com vegetação arbustiva e lenhosa muito pequena. Ela recomenda utilizar essa etiqueta para qualquer ecossistema semelhante as fotos sugeridas na página. Particularmente, achei nada claro. Há também uma barreira regional nisto tudo, visto que charneca e urzal são utilizados para locais predominantemente áridos e pedregosos no exterior, mas no Brasil ganharam significados opostos, representando áreas com características pantanosas. Sendo assim, eu tomei como liberdade utilizá-la para classificar a vegetação rala em que predomina essencialmente arbustos e herbáceas raquíticas, sem considerar a presença de umidade. Esta classificação também pode apresentar uma fração arbórea mas as árvores se apresentam muito espaçadas uma das outras e geralmente são de apenas uma espécie. Como exemplo, as Savanas-Estépicas Parque no Parque de Espinilho, RS, os Parques de Carandás nos Pantanais Mato-grossenses e algumas formações como parque de palmeiras na Região Nordeste. A Restinga Herbácea e o “campo sujo” no Pampa também podem adquirir esse valor.

Matagal com árvores baixas, esparsas e muitos arbustos secos Restinga Herbácea. Link.

Matagal com árvores baixas, esparsas e muitos arbustos secos Savana-Estépica Parque no Parque Estadual do Espinilho, RS. Link.

Matagal com árvores baixas, esparsas e muitos arbustos secos Campo sujo (Estepe parque) no Rio Grande do Sul. Link.

Matagal com árvores baixas, esparsas e muitos arbustos secos Savana-Estépica Parque (período seco) no Parque Estadual do Seridó - RN. Link.

Por fim, a etiqueta natural=grassland possui o mesmo porte que natural=heath em relação à vegetação. A diferença é que natural=grassland já não apresenta espécies arbustivas lenhosas, mas sim há o predomínio de gramíneas. Equivale ao “campo limpo” dos campos do Pampa no Rio Grande do Sul (Estepe Gramíneo-Lenhosa) e à Savana-Estépica Gramíneo-Lenhosa ou “campo espinhoso” em outras regiões.

Matagal com árvores baixas, esparsas e muitos arbustos secos Campo limpo Estepe Gramíneo-Lenhosa (sem componentes lenhosos) em Aceguá - RS. Link.

🍃 Outras etiquetas para caracterização: leaf_type e leaf_cycle 🍂

A etiqueta leaf_type é utilizada para descrever o tipo de folhas encontrada na maioria das plantas no caso de uma vegetação. Pode assumir os valores broadleaved para angiospermas, o valor mais típico para os biomas brasileiros, needleleaved para plantas com folhas no formato de “agulha” como pinheiros, mixed para vegetação com os dois tipos presentes e leafless para a vegetação sem folhas como cactáceas, por exemplo. Expandindo um pouco mais o significado, decidi considerar broadleaved para plantas angiospermas e needleleaved para gimnospermas. Assim, conforme o Manual Técnico da Vegetação Brasileira do IBGE, no Brasil apenas a Mata de Araucárias (Floresta Ombrófila Mista) possui o valor needleaved. É importante frisar que esses valores valem para a vegetação originária com a etiqueta natural porque uma floresta de pinheiros utilizada para extração de madeira, por exemplo, recebe a etiquetagem landuse=forest + leaf_type=needleleaved. Além disso, não recomendo a utilização de leaf_type=leafless para vegetação presente no semiárido nordestino (caatingas) porque a presença ou não de folhas depende da estação e existe uma etiqueta para isso (descrita a seguir). Só recomendo caso o mapeador possua conhecimento suficiente para determinar que a maior parte da vegetação é constituída de cactáceas, bromélias espinhosas ou outras espécies sem folhas durante todas as estações.

leaf_cycle é outra etiqueta adicional que complementa a vegetação mapeada. Ela se refere ao ciclo das folhas ao longo das estações. Assume os valores evergreen para folhas que sempre permanecem verdes e não caem com o passar das estações, semideciduous para plantas que perdem suas folhas por um período curto de tempo, semi_evergreen aparenta possuir o mesmo significado que a anterior, deciduous para plantas que perdem suas folhagens totalmente durante um determinado período do ano e mixed para a ocorrência de ambos os casos. Neste sentido, as etiquetas que mais confundem são semideciduous e deciduous (ignorando semi_evergreen pois até o link do significado na Wiki redireciona para o significado de semi_deciduous). Assim, para diferenciar ambas, decidi usar a própria diferenciação do IBGE que considera semidecidual a vegetação em que a porcentagem de plantas que perdem suas folhas não ultrapassa os 50% em relação a vegetação inteira.

🍀 Etiquetas delimitadoras description e source:description 🍀

Enfim, nada impede que se adicione etiquetas bem mais específicas quando possível. Na etiqueta description pode-se usar o valor com o nome exato do Sistema Fisionômico (ex: description=Savana-Estépica Gramíneo-Lenhosa) e informar a origem desse termo na descrição. No caso do Sistema Fisionômico apresentado neste texto é o próprio IBGE, source:description=IBGE. Talvez até um ref:IBGE com o valor atribuído pelo instituto na sua própria legenda de classificação seja útil para ferramentas de busca (ex: utilizar ref:IBGE=D para Floresta Ombrófila Densa, ref:IBGE=Ta para Savana-Estépica Arborizada e assim por diante).

Com base nisso tudo, é possível gerar a seguinte tabela:

Tabela Tabela com a classificação de vegetação segundo o Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE) e correspondência com as etiquetas OSM. Tamanho completo.

E por curiosidade, utilizei as cores do renderizador padrão do OpenStreetMap para as classes de vegetação wood, scrub, heath e grassland e foi possível gerar o seguinte mapa de como ficaria a visualização do Brasil se as classes do Banco de Dados e Informações Ambientais do IBGE fossem importadas.

Mapas comparando antes e depois da importação dos dados de vegetação Comparação do Brasil como visualizado no OSM atualmente com a nova visualização caso os dados do BDiA fossem importados. Link.

🍂 🌿🌴🌵 Sugestões e opiniões são sempre bem-vindas! 🌳🌲🌻🍃

Mapa dinâmico mostra dados sobre hidrografia e áreas de inundação


O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org está elaborando mapas dinâmicos com dados importantes para o enfrentamento das consequências do evento catastrófico que acometeu o estado do Rio Grande do Sul (Brasil), desde 29 de abril de 2024 (data oficial), provocando quedas de barreiras, enchentes, inundações, destruição de estradas e pontes da região, isolando localidades e o óbito de habitantes e animais.

No uMap geral do desastre, estão disponibilizadas camadas sobre a hidrografia (trechos de drenagem) de parte do estado, especialmente, a Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, a partir de dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA-RS); também a poligonal da inundação produzida recentemente pela UFRGS; as poligonais de áreas de inundação em setores do Rio Grande do Sul, generalizadas, a partir dos dados do INPE e parceiros/ Disaster Charter. Finalmente, os pontos de disponibilidade de água potável para Porto Alegre (capital do estado) e cercanias.

Também está disponível o uMap da situação das vias, mostrando as vias totalmente bloqueadas e as vias destruídas, que foram mapeadas no OpenStreetMap.

O projeto está documentado no portal IVIDES.org

Nos mapas web disponíveis, é possível realizar o download dos dados das camadas ou do mapa completo, a partir do controle (botão) de compartilhamento do mapa, no menu à esquerda do uMap.

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https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/umap.png

https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/umap_vias.png


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Mapeamento de cursos d’água com a participação especial de especialista das Nações Unidas


Tivemos grande satisfação em contar com o geógrafo Séverin Ménard (UN Mappers/UNGSC), realizando a oficina sobre o mapeamento de cursos d’água no OpenStreetMap (OSM), abordando ainda outras feições importantes, como os fords, nos pontos de cruzamento entre waterways e highways; ou as galerias, que permitem a passagem de água sob as vias.

A oficina foi organizada pelo Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org, que criou um projeto de mapeamento colaborativo no HOT Tasking Manager - https://tasks.hotosm.org/projects/16706/, para apoiar o enfrentamento da aguda crise humanitária, que acomete o estado do Rio Grande do Sul (Brasil), desde o final de abril de 2024. Neste projeto, é possível mapear os edifícios, vias e hidrovias que faltam, especialmente, na porção norte da área de interesse.

O IVIDES.org também disponibilizou um projeto de web map, que está sendo desenvolvido com uMap, com dados sobre os trechos de drenagem da região da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas e as poligonais das áreas inundadas pelos principais rios, generalizadas dos dados produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), disponíveis na ativação “Flooding in Brazil” no Disaster Charter.

Neste momento, o mapeamento de hidrovias é fundamental, tanto para as atividades de reposta, como as ações de socorro às vitimas do desastre, quanto para a fase da reconstrução e realocação de bairros e cidades inteiros, que foram atingidos pelo maior desastre visto no país.

Nosso agradecimento a Séverin Ménard, o palestrante especial, e a Victor Timotheo (GeoCart-UFRJ), que realizou o apoio técnico da sessão.

A agenda completa das oficinas e os recursos - documentos e vídeos, podem ser encontrados na página do treinamento.

As imagens abaixo foram recuperadas da apresentação realizada e do guia do JOSM, do UN Mappers Learning Hub (CC BY-SA), disponível na pasta virtual. IVIDES.org® é uma marca registrada.


A gravação da sessão pode ser encontrada no canal do IVIDES.org® no YouTube

imagem_desastre_rs


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Oficina para turma do Centro de Investigaciones en Geografía Ambiental, da Universidad Autónoma de México - CIGA-UNAM


A convite, a Dra. Raquel Dezidério Souto (IVIDES.org) realizou oficina sobre criação de web maps com uMap e dados do OpenStreetMap (OSM) para uma turma do Centro de Investigaciones en Geografía Ambiental, da Universidad Nacional Autónoma de México, campus de Morelia, como parte do curso PACES.

A oficina abrangeu uma parte conceitual e outra, prática. O conteúdo abrangeu uma apresentação dos conceitos relacionados a web mapping; características, modelo de dados, editores e APPs do OSM; e características, vantagens e limitações do uMap, como solução para web mapping.

Na parte prática, foi mostrado como criar um web map, sendo necessário apenas criar uma conta de usuário no OSM. Como exemplo, foi demonstrada a importação de dados de um arquivo .csv como uma camada estática no uMap e a criação de uma camada dinâmica, que recupera dados automaticamente, por meio de uma instrução em Overpass QL. Além de comentários sobre permissões de edição e visualização do web map e peculiaridades relativas à aparência dos objetos no produto final.

A instrução em Overpass QL disponibilizada para recuperação automática de escolas que já estão mapeadas no OSM e visualização com camada dinâmica no uMap pode ser adaptada para outros objetos geoespaciais, como hospitais ou supermercados, por exemplo.


https://overpass-api.de/api/interpreter?data=[out:json][timeout:25];
(node["amenity"="school"]({south},{west},{north},{east}););out body;>;out center skel qt;

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A gravação da sessão pode ser encontrada em:

Parte 1 - conceitual - canal do IVIDES.org® no YouTube

Parte 2 - prática - canal do IVIDES.org® no YouTube


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Participação no Festival Latinoamericano de Instalação de Software Livre - FLISoL Rio 2024


A Dra. Raquel Dezidério Souto, presidenta do IVIDES.org® e do YouthMappers UFRJ, ministrou palestra na edição carioca do FLISoL 2024, sobre Web map com uMap e OpenStreetMap, abrangendo os assuntos:

  1. Conceitos básicos relacionados ao web mapping;

  2. Características, modelo de dados, licença, acervos de dados, conversores, editores, APPs do OpenStreetMap;

  3. Características do uMap, suas vantagens e limitações;

  4. Estudo de caso - Web Map da Infraestrutura para Redução de Riscos de Desastres (RRD) no Município de Maricá (Rio de Janeiro, Brasil).

Todos os arquivos da apresentação podem ser encontrados na pasta virtual, que inclui a cópia do vídeo.


O vídeo da sessão pode ser encontrado também no canal do IVIDES.org® no YouTube.


Um agradecimento especial ao público participante ao vivo e aos(às) espectadores remotos! Agradecemos ainda aos(às) organizadores(as) do FLISoL Rio 2024, que contribuem para a disseminação do Software Livre na nossa cidade!

IVIDES.org® é uma marca registrada. Para entrar em contato sobre esta ação: ivides@ivides.org.


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A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) anunciou um aumento significativo nas operações intermunicipais, adicionando 41 novas viagens em dias úteis em cinco linhas que servem diariamente cerca de 14 mil passageiros. A partir de 22 de abril de 2024, os usuários das regiões de Santana de Parnaíba, Francisco Morato, Jandira, Franco da Rocha e São Paulo experimentarão uma melhoria significativa na frequência dos serviços.

Detalhes da Ampliação do Serviço pela EMTU

As linhas metropolitanas que receberão os incrementos são operadas pela concessionária Anhanguera. Esta expansão inclui a adição de cinco novos ônibus, configurados para aumentar o conforto e a eficiência do transporte público nessas rotas.

A decisão de expandir as viagens foi baseada em um monitoramento contínuo e análises do Centro de Gestão e Supervisão da EMTU, que acompanha em tempo real a demanda e as operações dos ônibus.

Como Acessar os Novos Horários

Para os passageiros que desejam consultar os novos horários, a EMTU disponibiliza atualizações através de seu site oficial e pelo aplicativo para dispositivos móveis, disponível para iOS e Android.

Linhas com Incremento de Viagens

Sobre a EMTU

A EMTU, vinculada à Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Governo de São Paulo, é responsável pela regulação e fiscalização do transporte intermunicipal nas cinco regiões metropolitanas do estado, que incluem São Paulo, Campinas, Sorocaba, Baixada Santista, e Vale do Paraíba / Litoral Norte. Com um serviço que atinge aproximadamente 2 milhões de passageiros por dia, a EMTU desempenha um papel crucial no desenvolvimento do transporte público eficiente e sustentável.